I
foi o brilho de mistério nos meus olhos. foi de não saber ser. tornam ao opaco indeciso, confuso. de toda aproximação desastrosa, de carinho desastrado que sempre foi assim. olhos que não contam histórias, narram sempre o mesmo estado textura em que nada sabe nem nada muda. e o segredo que nem era, nem era nada, cabe também como luva à risível condição de estar se exposto. sempre transparente sem confiança, como oca vitrine de cristal.
o brilho, o segredo, veio de tanto gritar que ninguém ouvia sem susto, quando ouvia. de tanto contar, tanta erosão, o cristal se esbranquiçava. de tanto querer, tanto fazer.
e que nada adiantava em minha mudez e exagero, contar o que já era tão fácil percebido, mesmo do que eu escondia. sob camadas invisíveis. nada contava mais minha nudez que tentar escondê-la.
II
não se deve achar o brilho daqueles olhos, nenhuma era a menina deles, nem há razão de se assustar tanto sempre por ser eu inofensivo. de poemas antigos, coisas antigas, essa sempre foi a minha vida. nem sofro, nem mal, nem vítima, que de perplexo já me acostumei. tudo é brando e sobrevivo.
que em linhas antigas sempre se confundem, num esperado espelho olhavam as camadas e sem imagens se viam sempre iguais. nessas linhas, nesses versos sempre se perdiam, esses outros olhos, e medo não de mim, mas do vazio em que se reconheciam.
nem se deve tentar a identificação, nenhuma é a menina nem nunca foi. não dava, se meu olhar não denunciasse em todo momento minha carência de tudo: querer que não era espera. em já dita vontade do novo. por debaixo da cortina de vidro
III
em tudo isso passei por tanta análise e tanta síntese. tanto mal entendido que me perco. no pouco que sou. cabe tão bem como roupa, de textura muda.
por trás das vitrines-lentes de resina os meus olhos opacos.
foi o brilho de mistério nos meus olhos. foi de não saber ser. tornam ao opaco indeciso, confuso. de toda aproximação desastrosa, de carinho desastrado que sempre foi assim. olhos que não contam histórias, narram sempre o mesmo estado textura em que nada sabe nem nada muda. e o segredo que nem era, nem era nada, cabe também como luva à risível condição de estar se exposto. sempre transparente sem confiança, como oca vitrine de cristal.
o brilho, o segredo, veio de tanto gritar que ninguém ouvia sem susto, quando ouvia. de tanto contar, tanta erosão, o cristal se esbranquiçava. de tanto querer, tanto fazer.
e que nada adiantava em minha mudez e exagero, contar o que já era tão fácil percebido, mesmo do que eu escondia. sob camadas invisíveis. nada contava mais minha nudez que tentar escondê-la.
II
não se deve achar o brilho daqueles olhos, nenhuma era a menina deles, nem há razão de se assustar tanto sempre por ser eu inofensivo. de poemas antigos, coisas antigas, essa sempre foi a minha vida. nem sofro, nem mal, nem vítima, que de perplexo já me acostumei. tudo é brando e sobrevivo.
que em linhas antigas sempre se confundem, num esperado espelho olhavam as camadas e sem imagens se viam sempre iguais. nessas linhas, nesses versos sempre se perdiam, esses outros olhos, e medo não de mim, mas do vazio em que se reconheciam.
nem se deve tentar a identificação, nenhuma é a menina nem nunca foi. não dava, se meu olhar não denunciasse em todo momento minha carência de tudo: querer que não era espera. em já dita vontade do novo. por debaixo da cortina de vidro
III
em tudo isso passei por tanta análise e tanta síntese. tanto mal entendido que me perco. no pouco que sou. cabe tão bem como roupa, de textura muda.
por trás das vitrines-lentes de resina os meus olhos opacos.
mais um texto antigo.
ResponderExcluiratemporal, eu diria. Adoro um pouco de prosa internautica, meus amigos geralmente não juntam assim as palavras.
ResponderExcluirDeve ser o horário, pois sabendo que o texto dizia muita coisa, só consegui captar uma parte, que achei importante mas incompleta. amanhã eu volto pra comer mais um pedacinho dele.
Nada a ver com nada, mas "eduardo martins" (seguidor do seu blog) é seu parente? curiosidade inúteis que me cutucam...
nossa, que catarse, que furada funda na barriga, no umbigo-centro-de-mi(m/nha)-agonia!! você é foda, véi!
ResponderExcluiralgumas edições. "vitrines" por "vitrines-lentes". tinha pensado nisso mas na hora de escrever esqueci.
ResponderExcluirBonito
ResponderExcluiragora consegui extrair muito mais coisa. várias teclas batidas e algumas novas, todas muito sentidas. devemos ser todos uns buracões mesmo, sempre a procura de preenchimento.
ResponderExcluirAgora vou voltar no ornitorrinco e tentar entender o próximo texto complexo XD
"que em linhas antigas sempre se confundem, num esperado espelho olhavam as camadas e sem imagens se viam sempre iguais. nessas linhas, nesses versos sempre se perdiam, esses outros olhos, e medo não de mim, mas do vazio em que se reconheciam."
ResponderExcluirAcho que é mesmo por isso que se lê...
carapuça é para a cabeça
ResponderExcluir"antigo" faz álibi
para distanciar
Rwina: perfeitamente certa
ResponderExcluirnão que me faça errada, ou o meu álibi falso, que é e não.