segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ester

I
então, esperava ouvir a voz
impressão intensa, certa, poeta

II
de tantos poucos beijos
o mais longo. e macio
nem te esqueço
pra lembrar todas as repetições dessa vida que fossem possíveis
de tentar viver poesia que não volta em torno da lua
estrada, trilho, caindo perdendo sangrando
de tanto desencontro, esbarrões teciam
flores lindas de tanta
viver poesia que quis
e nem soube cuidar
subiam chaminés incríveis
escrevo pelo meio
sobram imagens infiéis
de tanto tão pouco tempo, fumaça de janela de ônibus,
à esquerda na volta, direita na ida
te dissimulo, assimilo, distorço
em interferência estúdio de pensamento tanto distante
beijo macio que não importa decifrar
marca como faca