quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

eu já vou descobrir um jeito de sair desse labirinto
emaranhado de espinhos onde uma cobra
aponta outra / assim / sendo profundamente
[mais perigosa. vou apontar o prato a
[desgraça que você quebrou dessa vez vou


ficar com raiva.
nunca me interessou o que choca pouco
    minha vingança é sangue-frio / é sangue-quente
    te odeio com toda inocência da minha crueldade
    que sofra, inseto, sob meu sol de ódio de lente
    entre meu sal meu vidro meu tato

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

agora só resta a mim e só
eu mesma
aqui enfim então sou
ficou, restou só
aquele pedaço de mim que ninguém quis
sem título sem final sem sombra de dúvida
devia ficar eu aqui

ficou aquele pedaço que fica quando você me deixa
um véu, um céu, um sinal
aquela desolação histérica
confusa

ainda no que me resta
passo sem ver por cima de mim

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

estaremos todas sozinhas, só então entenderemos
perdemos o foco, mas não a visão
estamos todas perdidas, paradas, zanzando, zunando, toda força
(eu não sei escrever correspondência, é poesia, é poesia!)
estava lá sem ver, sem estar, estava sem força
estava lá, grito angustiado, diafragma doído dos soluços
estava. sem gritos mais, sem soluços nem soluções
a dor. a dor.
eu não era muitas, era uma.

no dia em que perderemos todas as roupas, todos os gestos, toda a pele
eu estava lá, nesse dia.