tag:blogger.com,1999:blog-27628642915163105402024-03-08T09:13:22.840-03:00coisanina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-44435201441449693682015-01-05T01:46:00.001-02:002015-01-05T01:46:53.318-02:00seu coração arde<br />
queria me enfiar no seu cabelo<br />
seu coração parece que esfregou areia<br />
queria me enfiar na sua vagina<br />
parece que estragou meu dia<br />
não ter mais dia pra sentir<br />
e encontrar na parede<br />
o dia que parece enfiar<br />
um medo de ser e de tocarnina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-91286371648413563752014-10-29T12:28:00.002-02:002014-10-29T12:28:51.729-02:00entrava em ti que em mim não cabia<br />
de dentro de fora e envolta asa presa no corpo guelra teu corpo<br />
quer em ti alguma pele minha entrava em língua mucosa molhada<br />
embaixo encima unha dentro epiderme derme<br />
<br />
<br />
entrava em mim que eu não bastava<br />
de dentro partia e pra fora teu corpo vingava feito planta hera<br />
que de ti alguma pele marcava<br />
minha lida melava era teu quente dentro e enfiavanina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-25088255389665246992014-05-22T13:59:00.001-03:002014-05-22T13:59:34.255-03:00quando eu te amo, escrevo seu nome errado<br />
quero ter em você todo meu olho pra arder no farelo que me esbarra<br />
quando te escrevo, penso, penso, penso<br />
quero que você surja íntima ínfima em um pedestal de pedra bruta<br />
qual seja seu sentimento que nem em tempo nem em lugar<br />
quando eu quero ter em você, já sei que tudo está errado<br />
que nem que surja em cima da terra a pedra, a bolha, a rocha e metal<br />
é funda a água que não lhe toca<br />
nesse hesitar há mais aí do que mera composição, posição<br />
as palavras esquivas batem repetidas na orelha, em sua cisma lhe mostram<br />
a esfera bruta de puro metal<br />
que em seu olho ocupou espaço<br />
quando te desejo, te odeio, penso em você o tempo todo<br />
quero ter você perto, comer seu pão, farinha, farelo, migalha<br />
quando peno, quero que surja de cima dessa água sal<br />
feito pedra bruta, quero em você misturar meus sentidos<br />
ver que ínfima condição de poeta me encontro agora, do lado errado<br />
quero em você toda essa minha condição de sentimento<br />
que está na bolha que se abre, do inseto que emerge<br />
da água que sai da terra, em cima de você meu olho é seu pedestal<br />
nesse ritmo rito, antes<br />
quero que você surja como peso, como penso, na terra em tempo<br />
qual amor que você finca na terra<br />
quando te odeio, te desejo, te adoro<br />
nessa ínfima folha de metal que se desdobra até quebrar<br />
forma o desenho de todos os versos<br />
quando te escrevo, peso, eu sei que está tudo na terra<br />
na boca, na coisa, na água<br />
que você deixa escapar<br />
já em cima da palavra que defenestro<br />
é o inseto que se abre em sangue em bolha em ar<br />
mas a esfera de puro bruto metal<br />
faz do meu olhar peso, peso<br />
quero que esse pedestal se rompa, pois ocupou todo meu espaço<br />
quando eu te amo, escrevo seu nome de lado<br />
quero a poeira que esbarro, barro<br />
em você e me faz sujar<br />
sei que tudo é terra, tudo é errado<br />
que nada mais afunda nem faz flutuar<br />
quando eu te amo, te levo<br />
é leve saber que em cima da água<br />
as folhas de terra vão passar.nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-15376722677384273992014-02-26T11:44:00.002-03:002014-02-26T11:44:39.595-03:00destruída esperava: quieta, calada, parada<br />
no banco que não tinha fronteiras<br />
todos os textos decorados na pele<br />
ensaiava dentro<br />
sair de sinina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-23157136409333937592014-02-03T10:23:00.001-02:002014-02-26T11:45:26.423-03:00sou mensageira do vento<br />
da areia e do vento<br />
peste em pé a ponto de destroçar<br />
sou dente-de-leão, destaco<br />
<br />
sou personagem e atuo, ajo laboro poesia<br />
fronte e fruto<br />
lóbulo macio e ativo<br />
vejo esqueço passo<br />
não há caminho por si sem passar<br />
não seriam tão simples os fluxos<br />
<br />
sou a deslanchar<br />
desatar os nós, deixar de vê-los como raízes<br />
sou a amar, na distância, sem segredo celebro<br />
sou dito a tempo<br />
na pressa de partir<br />
à urgência de sernina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-67341846017353982002014-01-28T12:44:00.001-02:002014-01-28T12:44:09.487-02:00mas torna ao cheiro indeciso do sexo<br />
a marca que não se fez<br />
o sexo e essa vontade que vem à tona<br />
a essa vontade indecisa<br />
desperta, anseia dia coisa qualquer coisa<br />
escreve qualquer coisa que não se escreve<br />
dormir leve pele sem foco<br />
torna ao minuto impreciso da penetração: o sustonina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-51330523346134845262013-12-19T13:05:00.001-02:002013-12-19T13:12:36.316-02:00eu já vou descobrir um jeito de sair desse labirinto<br />
emaranhado de espinhos onde uma cobra<br />
aponta outra / assim / sendo profundamente<br />
[mais perigosa. vou apontar o prato a<br />
[desgraça que você quebrou dessa vez vou<br />
<br />
<br />
ficar com raiva.<br />
nunca me interessou o que choca pouco<br />
minha vingança é sangue-frio / é sangue-quente<br />
te odeio com toda inocência da minha crueldade<br />
que sofra, inseto, sob meu sol de ódio de lente<br />
entre meu sal meu vidro meu tatonina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-45807113229716935072013-11-25T17:44:00.001-02:002013-11-25T17:44:58.375-02:00agora só resta a mim e só<br />
eu mesma<br />
aqui enfim então sou<br />
ficou, restou só<br />
aquele pedaço de mim que ninguém quis<br />
sem título sem final sem sombra de dúvida<br />
devia ficar eu aqui<br />
<br />
ficou aquele pedaço que fica quando você me deixa<br />
um véu, um céu, um sinal<br />
aquela desolação histérica<br />
confusa<br />
<br />
ainda no que me resta<br />
passo sem ver por cima de mim<br />
<div>
<br /></div>
nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-42621339706249041692013-09-16T17:26:00.001-03:002013-09-16T17:26:14.095-03:00estaremos todas sozinhas, só então entenderemos<br />
perdemos o foco, mas não a visão<br />
estamos todas perdidas, paradas, zanzando, zunando, toda força<br />
(eu não sei escrever correspondência, é poesia, é poesia!)<br />
estava lá sem ver, sem estar, estava sem força<br />
estava lá, grito angustiado, diafragma doído dos soluços<br />
estava. sem gritos mais, sem soluços nem soluções<br />
a dor. a dor.<br />
eu não era muitas, era uma.<br />
<br />
no dia em que perderemos todas as roupas, todos os gestos, toda a pele<br />
eu estava lá, nesse dia.nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-66293883736002589162012-04-02T22:28:00.002-03:002012-04-02T22:50:08.727-03:00todas as cores são cinza<div><span>ali você me fazia monstro</span></div><div><span>se fazia tudo</span></div><div><span>eu já nem te amava tanto assim</span></div><div><span>amor é erva daninha</span></div><div><span>me matava pelos cantos, pelo dentro</span></div><div><span>me pintava feia, num espelho morno</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>ali perdia tudo</span></div><div><span>o desespero que queima meus poemas</span></div><div><span>a dislexia dos meus poemas pendia lasciva</span></div><div><span>como que queria fazer sexo</span></div><div><span>suspensa nas suas pernas</span></div><div><span>era assim que passava mais papel filme</span></div><div><span>sobre essa coisa</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>olha, você tem que aprender a me deixar ir embora</span></div>nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-9715468249931942852011-07-27T16:42:00.001-03:002015-06-29T16:48:33.732-03:00eu que pensei que ia ser feliz<br />
não penso mais<br />
no toque que não alcança a pétala de papel<br />
<br />
a covardia desenhou a placa de metal<br />
ardia sob fogo macio<br />
na minha pele transparente<br />
<br />
aquela imagem refletiu em infinitos<br />
espelhos paralelos até perder a intensidade<br />
mesmo sem me permitir sentir raiva<br />
foi<br />
<br />
<br />
eu que lapidei infinitos cacos de espelhos<br />
até perder de ver brilho em<br />
<br />
cartas incompletas poemas incompletos<br />
como se tudo pudesse ser diferente<br />
não cabe não tem espaço<br />
nem sabe nem sobra pedaçonina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-26765162756009400492011-03-20T13:15:00.001-03:002011-03-20T13:15:35.881-03:00<div>de tudo que quis só encontrei a culpa minha. o decoro, o contimento, a antítese. não me encontrei nesse labirinto que. a muda da árvore que eu plantei no dia em que nasci e quis tatuar no meu corpo foi transplantada para longe da minha casa e não resistiu no dia dos meus quinze anos. o coro, refrão eminente, o choro, faz da ausência sono pesado, sem libido, sem vigor.</div><div><br /></div><div>mate-me, pela metade que sou e não sustento.</div><div><br /></div><div>no papel que desenho minhas falas e não decoro. que essa frase única é que ecoa violenta num espaço de vácuo fechado na minha consciência. em que vejo inscrito algum mundo. passa uma angústia de tanta coisa, de tanta fúria e poço de sensualidade.</div>nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-14679992773389634012011-02-23T17:50:00.001-03:002011-02-23T18:08:56.953-03:00sua música costurou tudo num dia lindo<br />flauta-agulha em delicado nó com melodia-linha<br />por buraco fino que dedos destros manipulavam<br />e lábios sustentavam esse doce metal<br /><br />e ao toque de um olhar insutil,<br />o semblante encantador<br /><br /><br /><br /><br />nem cego nem surdo:<br />contempla impressão causada<br />revive na memória pequeno momento<br />até querer aquele olhar anfíbio<br />pendido na melancolia de um poema mal lido<br />e de vontade absurda<br />uma qualquer esperança pendurada<br />e desses tantos penduricalhos<br />um móbile no tempo se formando<br /><br /><br /><br /><br />duas cabeças<br />em jardim colcha de retalhos toda colorida<br />cheia de costura cada palavra trabalhada<br />cada quadrado entregado<br />uma folha de papel mal lida<br />com um poema desenhado<br />pela linha que formam no ar<br />todas as bolinhas da partituranina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-1919365244854816602011-02-16T14:22:00.001-02:002011-02-16T14:22:41.066-02:00III O ultimato doloso-mudohoje não uso cinza<br />nem que seja só até melhorar do estômago<br />ou até os jambos logo pularem das árvores<br />sempre que começam as chuvas<br />quem mofam os sapatos<br />e fazem poesia nas redes sociais<br /><br />agora não acho graça da minha desgraça alheia<br />que nem a eficiência do meu esquecimento<br />faz mais<br />enquanto não saio de casa<br />não me abriga a sola<br />ou os problemas da ansiedade<br />que fazem teorias depois do almoço<br />não ciscam no chão como galinhas e pombos<br />mas escavam rápido como vermes vampirosnina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-71272863323120584902011-02-16T14:19:00.001-02:002011-02-16T14:21:55.911-02:00II A idéia recorrende préviaqueria voltar no tempo<br />para tirar vantagem de tudo que já aprendi<br />que não adianta nada saber agoranina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-57885346685600860712011-01-20T14:35:00.000-02:002011-01-20T14:36:21.598-02:00I Um segundo momento indistindoinvento um novo você para mim<br />e aparece um poema substantivo vazio mais-profundo<br />tudo assunto inacabado<br /><br />também o livro que emprestei eu o mesmo livro<br /><br />amarrados gafanhotos<br />cigarras enterras o ano inteiro<br />como o vislumbre de uma vida de um dia<br />não rio da graça do seu riso<br />almofadas para as joaninhas e bichos de goiaba<br />comia toda<br />sem bicho sem grilo<br />sem roupa sem biquini sua formanina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-60588922541121313872011-01-13T22:28:00.001-02:002011-01-14T01:16:53.354-02:00τέραος<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>EN-US</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> 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class="MsoNormal"><span lang="PT-BR">descreve incessante tera número de proezas <s>pequenas</s> minúsculas</span></p>nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-12054142941875044922010-09-18T19:02:00.001-03:002010-09-18T19:02:48.147-03:00abri você com os olhos<br />e não vi sentido nenhum<br />nisso, tudo, ou<br />tudo feito em tanta pele<br />mas sem mundo não se via servia água quente e bocado derramada em cima<br />você abriu a boca<br />e não se distinguia nem fogo nem pele nem hálito<br />o que faria ali depois de tanta baixaria<br />que não adiantava só dançar só desejo te despejo um monte de saliva<br />abrindo seu corpo não encontrava o que queria<br />de tanta carne macia não sobrava nada além de restos<br />pedaços que devorava como um cão<br />trabalho que demorava, fiz, em quebra de ritmo; em guerra com o poema<br />disto daquilo ou de qualquer coisa<br />te cortando com as carícias da minha ansiedade da minha angústia<br />pensava em como seria longe demais para mim que nada quis<br /><br />abrindo seus olhos não encontrei o que temia<br />segurando seu próprio intestino ventre aberto te deixo<br />a sonhar com uma vida menos vazianina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-78198200580683140452010-08-23T20:41:00.001-03:002010-08-23T20:41:35.876-03:00esterI<br />então, esperava ouvir a voz<br />impressão intensa, certa, poeta<br /><br />II<br />de tantos poucos beijos<br />o mais longo. e macio<br />nem te esqueço<br />pra lembrar todas as repetições dessa vida que fossem possíveis<br />de tentar viver poesia que não volta em torno da lua<br />estrada, trilho, caindo perdendo sangrando<br />de tanto desencontro, esbarrões teciam<br />flores lindas de tanta<br />viver poesia que quis<br />e nem soube cuidar<br />subiam chaminés incríveis<br />escrevo pelo meio<br />sobram imagens infiéis<br />de tanto tão pouco tempo, fumaça de janela de ônibus,<br />à esquerda na volta, direita na ida<br />te dissimulo, assimilo, distorço<br />em interferência estúdio de pensamento tanto distante<br />beijo macio que não importa decifrar<br />marca como facanina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-38290822651099785352010-06-21T08:49:00.002-03:002010-06-21T08:56:44.111-03:00foi o pentagrama que eu desenhei nas suas costas<br />seu corpo todo desenhado<br />fotografado nu sem desejo a câmera no chão<br />as costas<br />querendo estar vice-versa<br />de sentir seus pelos meus pelos minha virilha<br />de ritmo lento mas afoito<br />eu escorrendo em sua barriga<br />secreção suor<br />amarrou fitas em meus dedos, meu cabelo<br />meu corpo todo com fitas<br />esvoaçando no vento frio de céu cinza<br />árvore seca sem folhas de galhos secos<br />aparecida, salvador<br />nosso senhor do bom fim, bruxa queimada na fogueira<br />seu riso em meu beijo de canto pupila mamilo<br />e agora só cachos,<br />em todas costas em todos lugares<br />dedos em desígnios pelos poros orifícios<br />caprichos de signos, sinos, apitos<br />meu vento, de frio, de cinzas<br />fluindo labaredas em sua pele<br />é que eu podia sentir o cheiro de sua axila<br />me diluir tingir em seu corpo tenso<br />apodrecida<br />meu fogo lambia seu pescoço braço costas ânus<br />de cabeça para baixo<br />e o poema que eu ia escrever<br />não esqueci<br />levei papel e caneta não escrevi<br />o nome é assim<br />recheio de línguas seus buracos seu vazionina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-4175199602818153772010-06-06T17:45:00.002-03:002010-06-06T17:57:36.395-03:00falta e pé de<br />assim nem poesia em dia de mim<br />eu minto em mim sua pele<br />assim nem esgoto, rua que fede<br />falta em perde que<br /><br />nem a mim quer mais um falso passo que nem deu<br />que meto em ti minha língua<br />que rompe as pregas do olho<br />e toda pálbebra é cinza seda<br />velcro de casamento<br />de espuma cria coisa<br /><br />escuro em esquina te pego.nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-55737715888700783582010-05-04T18:40:00.003-03:002010-05-04T18:42:27.923-03:00depois eu quis dizer<br />que não precisava ser assim<br />e tudo podia ser diferente<br />mas nem ia adiantar<br />nem ia ouvir<br />eu disse falei falei<br />e tudo ficou assim<br />tão igual<br />nem você por mim<br />que tudo pôde ser diferente<br />você não quis<br />nem era pra dizer<br />não merecia<br />mas carecia<br />que fiquei com aquilo<br />enina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-68994312359472673332010-05-03T12:19:00.003-03:002010-05-03T12:28:53.010-03:00tentei um jeito de dizer sem ser falando<br />nesse tom o som<br /> da minha voz ecoando em mim<br />mas não dizia<br />calada ficava<br />medo eu<br />que não dizia<br />a trava era minha<br />e essa sua mania de não se envolver<br />como pode perder uma mulher assim<br />eu gostei mais do que was suposed to be<br />me perco em mim<br />ecoando medo<br />a coisa em si<br /><br />quis em todo dizer sem fim<br />nesse balanço o mesmo<br />meu pé indo em pêndulo<br />sem olhar pra trás<br />sua saliva meu quase não escrever<br />a água eu bebia<br /> tentando gosto e essa mania<br />desfaz sem com<br />nem arrependernina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-52881229877684715722010-04-27T17:01:00.007-03:002010-04-28T17:25:21.258-03:00entre a roda e o asfaltoeu já tenho muitos amigos que não sentem tesão por mim<br />já basta<br />de querer seu sexo<br />é assim que tem dois ou três poemas<br />nascendo e mudando na minha cabeça<br />e tudo mistura<br /><br />eu devia estar entre a<br />já chega lê em meu texto<br />em minha pele<br />eu devia estar<br /><br />eu tenho excesso de ela<br />assim é que eu separo cabelo de abraço<br />quis ficar entre<br />embaixo de um ônibus aquele ônibus<br />assim leu e eu, tive excesso<br />separei de repetido isso palavras<br />convenientes que voltaram<br />de viver esses toques<br />em poesia de corpo<br />e muro gigantenina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2762864291516310540.post-64352754717833647232010-04-13T18:11:00.006-03:002010-05-27T16:42:02.072-03:00os poemas não eram para alguém<div style="text-align: justify;">I<br />foi o brilho de mistério nos meus olhos. foi de não saber ser. tornam ao opaco indeciso, confuso. de toda aproximação desastrosa, de carinho desastrado que sempre foi assim. olhos que não contam histórias, narram sempre o mesmo estado textura em que nada sabe nem nada muda. e o segredo que nem era, nem era nada, cabe também como luva à risível condição de estar se exposto. sempre transparente sem confiança, como oca vitrine de cristal.<br />o brilho, o segredo, veio de tanto gritar que ninguém ouvia sem susto, quando ouvia. de tanto contar, tanta erosão, o cristal se esbranquiçava. de tanto querer, tanto fazer.<br />e que nada adiantava em minha mudez e exagero, contar o que já era tão fácil percebido, mesmo do que eu escondia. sob camadas invisíveis. nada contava mais minha nudez que tentar escondê-la.<br /><br />II<br />não se deve achar o brilho daqueles olhos, nenhuma era a menina deles, nem há razão de se assustar tanto sempre por ser eu inofensivo. de poemas antigos, coisas antigas, essa sempre foi a minha vida. nem sofro, nem mal, nem vítima, que de perplexo já me acostumei. tudo é brando e sobrevivo.<br />que em linhas antigas sempre se confundem, num esperado espelho olhavam as camadas e sem imagens se viam sempre iguais. nessas linhas, nesses versos sempre se perdiam, esses outros olhos, e medo não de mim, mas do vazio em que se reconheciam.<br />nem se deve tentar a identificação, nenhuma é a menina nem nunca foi. não dava, se meu olhar não denunciasse em todo momento minha carência<span style="font-weight: bold;"> </span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" >de tudo</span>: querer que não era espera. em já dita <span style="font-style: italic;">vontade do novo</span>. por debaixo da cortina de vidro<br /><br />III<br />em tudo isso passei por tanta análise e tanta síntese. tanto mal entendido que me perco. no pouco que sou. cabe tão bem como roupa, de textura muda.<br />por trás das vitrines-lentes de resina os meus olhos opacos.</div>nina martinshttp://www.blogger.com/profile/09825310963019152051noreply@blogger.com9